O câmbio encerrou a última sexta-feira em R$5,68 representando uma queda de 2,23% na semana, apresentando estabilidade em abril e baixa de 7,03% no acumulado do ano.

O dólar começou a semana em queda significativa por conta da amenização das tensões comerciais sino-americanas que acabaram sendo refletidas com defasagem por conta do feriado nos mercados. O câmbio no restante da semana foi marcado por volume menor que o usual e uma mitigação da volatilidade que temos visto no contexto mais recente, principalmente por conta da ausência de notícias macro ao longo da semana.

Em tempo, apesar dos movimentos de frequência mais alta indicarem uma aversão ao risco de economias emergentes no geral, tal como vimos no episódio do Liberation Day, lembramos que o Brasil deve ser um dos países menos impactados com o desenrolar das implicações da guerra comercial – podendo, inclusive, se beneficiar com o reswitching de parceiros comerciais da China, em meio a uma nascente supersafra de soja brasileira que precisa de ser absorvida pela demanda externa, resultando numa eventual internalização de dólares que impulsionaria o câmbio local.

Num panorama geral, entendemos que o episódio de stress financeiro observado no ano passado segue afetando a confiança dos investidores no câmbio local conforme o desconto da moeda brasileira frente a seus pares, porém a divulgação de dados recentes de investimento direto no país além da recomposição gradual das reservas externas do BC fortalecem a tese de que não houveram danos significativos nos fundamentos da economia brasileira em comparação com os demais emergentes, favorecendo uma reversão da depreciação no médio prazo.